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sábado, 5 de novembro de 2016

Manifestação contra vaquejadas movimenta praça de Teresina

'Atividade pode até se tornar patrimônio cultural, mas sem animais', dizem.



'Vaquejada é crime', dizem cartazes de manifestantes (Foto: João Cunha/G1)

Na manhã desta sexta-feira (4), representantes de entidades defensoras dos direitos dos animais reuniram-se na Praça João Luis Ferreira, Centro de Teresina, em um ato em apoio à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe a prática das vaquejadas e contra o projeto de lei que torna a atividade patrimônio cultural imaterial brasileiro.

Os manifestantes distribuíram folders e exibiram cartazes e faixas no intuito de informar a população sobre a problemática. Eles afirmam que as vaquejadas realizadas em todo o país nada têm a ver com arte ou cultura, são espetáculos de horror onde animais são submetidos à humilhação e tortura, e que a maioria dos brasileiros é contra esse tipo de atividade.
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“As pessoas que são a favor das vaquejadas são a minoria. Uma pesquisa do Senado Federal afirma que 80% dos brasileiros não apoiam a prática. Essa minoria é justamente formada por aqueles milionários que promovem os espetáculos de horror. Nós estamos aqui para lutar pelos direitos dos animais. Todas as leis brasileiras são contra os maus tratos aos animais”, disse Zélia Sousa, presidente da Federação das Associações das Ongs de Proteção Animal do Piauí (Faos).

“A vaquejada pode até voltar a acontecer como patrimônio cultural, mas sem o boi e sem o cavalo. Que seja um boi mecânico, que os artistas continuem a ganhar os seus milhões, mas sem violência aos animais”, falou Isabel Moura, representante da Associação Piauiense de Proteção e Amor aos Animais (Apipa).

Representantes de entidades de proteção animal apoiam STF (Foto: João Cunha/G1)

Para a vereadora Teresa Brito (PV), a prática da vaquejada distorce a imagem do verdadeiro vaqueiro, que protege os animais ao invés de maltratá-los e afirma que é possível manifestar a cultura e ter entretenimento sem explorar os animais.


“Essa foi uma das decisões mais acertadas do STF. Eu vi o sofrimento dos animais, fotografei e filmei então eu tenho todos esses registros dos animais no pós-vaquejadas. Eram animais com perna quebrada, com quadris deslocados ou mortos, a vaquejada é uma coisa retrógrada de empresário e não do vaqueiro tradicional, que é o trabalhador do campo que cuida dos animais”, disse.

Na terça-feira (1) o STF aprovou um projeto de lei que torna a atividade patrimônio cultural imaterial e manifestação cultural brasileira. O projeto não tem efeito sobre a decisão STF que, em outubro, considerou ilegal a prática de vaquejadas e rodeios no estado do Ceará.

Quem defende a vaquejada diz que os maus-tratos ficaram no passado e que atualmente são adotadas medidas para preservar a integridade do animal.

Luiane Santos, presidente da Associação de Vaqueiras do Piauí, avalia como grande perda para a economia. "Proibindo a vaquejada muitos pais não terão como sustentar suas famílias. Erraram em querer proibir. Não é verdade a questão dos maus-tratos. Talvez isso tenha ficado no passado. Hoje em dia, tudo que as leis rezam sobre isso foi alterado. Hoje temos fiscal de pista, mudamos o tipo de areia e o tipo de luva e colocamos o rabo de corda para que houvesse proteção ao animal", disse.


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